Ultima Atualização em 6 meses de Bruno
EUera James Carville, um estratega político americano, que disse, numa frase frequentemente repetida, que se reencarnasse gostaria de tornar porquê mercado obrigacionista, devido à sua capacidade de intimidar toda a gente. Seu colunista seria mais específico: ele voltaria porquê a curva de juros. Se o mercado obrigacionista é uma força assustadora, a curva de rendimentos é o vértice do terror. Qualquer que seja a direção em que se desloque, parece ocasionar perturbação.
Quando a curva de rendimentos se inverteu em Outubro pretérito, com os rendimentos das obrigações de longo prazo a caírem aquém dos rendimentos das obrigações de limitado prazo, os analistas ficaram angustiados com o sinal que estava a ser enviado. Por fim, curvas invertidas são frequentemente seguidas de recessões. Mas agora a curva parece estar a desinverter-se rapidamente. O amplamente observado spread 10-2, que mede a diferença entre os rendimentos dos títulos de dez e dois anos, estreitou-se acentuadamente. Em Julho, os rendimentos a dois anos situaram-se 1,1 pontos percentuais supra dos seus equivalentes a dez anos, a maior diferença em 40 anos. Desde portanto, aproximaram-se muito mais, com somente 0,3 ponto entre os dois rendimentos.
Oferecido que a inversão da curva de rendimentos foi considerada um terrível presságio, um investidor seria perdoado por pensar que a sua desinversão seria um sinal positivo. Na verdade, uma “inclinação de baixa”, um período em que as obrigações de longo prazo são vendidas mais acentuadamente do que as obrigações de limitado prazo (em oposição a uma “inclinação de alta”, em que as obrigações de limitado prazo sobem mais acentuadamente do que as de longo prazo), é considerado outro presságio de devastação na zoologia de mercado.
A impulsionar o mais recente susto está o aumento do prémio de prazo, que é frequentemente descrito porquê o rendimento suplementar que os investidores necessitam para estancar títulos de prazo mais longo, dada a incerteza suplementar durante períodos tão prolongados. De conformidade com estimativas da sucursal de Novidade Iorque da Suplente Federalista, o prémio das obrigações a dez anos aumentou 1,2 pontos percentuais em relação ao seu nível mais inferior nascente ano, mais do que explicando o recente aumento nos rendimentos de longo prazo.
Na verdade, porém, o termo prémio é um pouco nebuloso e deve ser tratado com cautela. Não pode ser medido diretamente. Em vez disso, tal porquê acontece com um número surpreendente de fenómenos económicos importantes, os analistas têm de decifrá-los medindo partes mais concretas do sistema financeiro e vendo o que resta. A estimativa do prémio de uma obrigação a dez anos exige a previsão das taxas de lucro de limitado prazo previstas para a próxima dezena e a estudo da sua diferença em relação ao rendimento a dez anos. O que resta – por maior ou menor que seja – é o prémio de prazo.
As dificuldades não param por aí. John Cochrane, da Hoover Institution da Universidade de Stanford, salienta que, embora os prémios de risco possam ser mais facilmente estimados em prazos relativamente curtos, os cálculos exigem cada vez mais pressupostos sobre o porvir das taxas de lucro de limitado prazo à medida que os analistas avançam ao longo da curva. Quando as estimativas do prémio de prazo são publicadas, normalmente não são acompanhadas de uma margem de erro. Se assim fosse, as margens aumentariam progressivamente à medida que a previsão fosse realizada.
Há também, surpreendentemente, pouca história a partir da qual se possa recorrer ao fazer avaliações de alterações na curva de rendimentos ou no prémio de prazo. Nos últimos 40 anos, houve talvez oito períodos significativos de subida acentuada, e somente em três deles a curva de rendimentos já estava invertida. Os três casos – em 1990, 2000 e 2008 – foram seguidos de recessões, mas com desfasamentos muito variados.
Os movimentos nos mercados obrigacionistas são, portanto, fáceis e difíceis de explicar. São fáceis de explicar porque uma série de factores podem estar a impulsionar os rendimentos, incluindo o programa de restrição quantitativa da Fed, preocupações sobre a sustentabilidade da dívida americana e preocupações com a decadência institucional. No entanto, atribuir os rendimentos das obrigações a um factor em privado é muito difícil. E sem maior nitidez sobre as causas de uma mudança, inferir o porvir a partir da forma da curva de rendimentos torna-se mais uma leitura de folhas de chá do que um esforço científico.
Uma coisa é certa, porém. Seja qual for a sua motivo, e independentemente da sua elaboração, o aumento dos rendimentos das obrigações de longo prazo é uma notícia terrível para as empresas americanas que desejam contrair empréstimos a longo prazo, e para os mutuários que contraem novas hipotecas que estarão vinculadas a taxas de lucro a 30 anos. O efeito sobre os mutuários mais sensíveis só se tornará mais doloroso se os rendimentos com prazos longos permanecerem em níveis tão elevados. Para qualquer pessoa preocupada com a questão de saber se uma mudança na curva de rendimentos ou um prémio de prazo crescente sinaliza uma recessão iminente ou um pesadelo para os mercados, estas realidades simples são um melhor lugar para principiar.■
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